Você já ouviu falar do Agosto Lilás? Esse é o mês dedicado à conscientização e ao enfrentamento da violência contra a mulher. Uma campanha essencial para jogar luz sobre uma realidade que, infelizmente, ainda faz parte da vida de milhares de brasileiras.
A iniciativa acontece durante todo o mês de agosto e é coordenada pelo Ministério das Mulheres. O foco é informar a população sobre os diferentes tipos de violência que afetam as mulheres, os direitos garantidos por lei, e como identificar e denunciar essas situações.
Ou seja, é um momento importante para mobilizar a sociedade e reforçar que esse tipo de agressão não pode ser normalizado nem silenciado.
Aqui, nas Farmácias Associadas, nós apoiamos essa causa com seriedade e responsabilidade. Sabemos que informação é um instrumento de transformação social e, por isso, preparamos este conteúdo especial para ajudar a espalhar conhecimento, empatia e apoio.
Violência contra a mulher: um problema que ainda precisa ser falado
Você sabia que uma em cada três brasileiras afirma já ter sofrido algum tipo de violência causada por homens? Esse dado alarmante faz parte da última Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, e reforça o quanto ainda precisamos avançar nesse debate.
E o pior: muitas dessas mulheres vivem essa realidade dentro da própria casa, com pessoas com quem mantêm um relacionamento afetivo ou familiar. Por isso, é tão importante reconhecer os sinais e saber como agir. Quando a vítima não tem apoio, medo e vergonha podem impedir que ela busque ajuda.
Quais são os tipos de violência contra a mulher?
A violência contra a mulher não é apenas física. Existem outras formas de agressão, muitas vezes mais silenciosas, mas igualmente destrutivas. Veja abaixo os principais tipos de violência reconhecidos pela Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006):
Violência física
É a forma mais visível e conhecida. Envolve qualquer ato que cause dor ou dano ao corpo da vítima. Pode incluir tapas, socos, empurrões, chutes, queimaduras ou até o uso de objetos para machucar. Às vezes, a vítima aparece com hematomas e tenta justificar com “foi uma queda” ou “bati em algum lugar”. Fique atento a isso.
Violência psicológica e emocional
Esse tipo de violência é mais difícil de identificar, mas não menos grave. Envolve xingamentos, ameaças, humilhações, manipulações e qualquer atitude que afete o emocional da mulher.
Frases como “você não serve pra nada” ou “ninguém vai te querer” têm um impacto profundo, destruindo a autoestima da vítima e a deixando refém emocionalmente do agressor.
Violência sexual
Inclui qualquer relação sexual forçada, com ou sem penetração, além de toques não consentidos, coerção para práticas sexuais, ou até mesmo o impedimento de uso de métodos contraceptivos. O corpo da mulher é dela, e só dela. Qualquer ato sem consentimento é violência.
Violência patrimonial
Pouco se fala sobre esse tipo de abuso, mas ele também existe. Ocorre quando o agressor danifica objetos da vítima, retém documentos pessoais, cartões bancários ou até destrói bens materiais. É uma forma de controle que afeta diretamente a autonomia da mulher.
Violência econômica
Acontece quando o agressor impede que a mulher tenha independência financeira. Isso pode ocorrer por meio da proibição de trabalhar, controlar o salário da vítima, negar acesso a dinheiro ou não permitir que ela estude. A dependência econômica é uma armadilha perigosa que prende muitas mulheres em relacionamentos abusivos.
Como perceber os sinais? Fique atento(a)
Identificar que alguém está sendo vítima de violência pode salvar uma vida. Alguns sinais são visíveis, mas outros podem ser mais sutis. É importante observar o comportamento da pessoa e estar disponível para ouvir sem julgamento.
- Mudanças bruscas de comportamento: alguém que antes era extrovertido e se torna retraído ou deprimido pode estar passando por algo sério.
- Isolamento social: quando a pessoa se afasta de amigos, evita encontros e está sempre “ocupada” ou sendo vigiada.
- Sinais físicos no corpo: hematomas, cortes, fraturas, principalmente com explicações que não fazem sentido.
- Comportamentos de medo ou insegurança: demonstrar receio constante, evitar determinados assuntos ou parecer “pisando em ovos” com o parceiro.
- Falta de acesso a dinheiro ou documentos pessoais: mulheres que dizem não poder tomar decisões financeiras ou que precisam “pedir permissão” para tudo.
Se você identificar algo assim com alguém próximo, ofereça ajuda com empatia e discrição. Muitas vezes, a vítima precisa apenas de um espaço seguro para dar o primeiro passo.
Lei Maria da Penha: uma aliada fundamental no combate à violência contra a mulher
A Lei nº 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, é uma das legislações mais importantes na luta contra a violência doméstica e familiar no Brasil. Ela surgiu após o caso da biofarmacêutica Maria da Penha, que ficou paraplégica após sofrer duas tentativas de feminicídio por parte do ex-marido. A luta dela virou símbolo de resistência e mudança.
Desde então, a lei tem garantido mais proteção às mulheres em situação de risco. Veja alguns dos mecanismos que ela oferece:
Medidas protetivas de urgência
Assim que uma denúncia é registrada, a vítima pode solicitar proteção judicial, como o afastamento imediato do agressor do lar, proibição de contato e visitas suspensas. Essas medidas são rápidas e visam garantir a segurança da mulher e de seus filhos.
Acesso à rede de apoio
A lei assegura acesso a serviços públicos de assistência social, atendimento psicológico e orientação jurídica. O objetivo é reconstruir a vida da mulher com dignidade, dando suporte emocional e prático para que ela possa se reerguer.
Punições mais severas
A legislação também prevê penas mais duras para os agressores. Dependendo do caso, eles podem ser presos, perder direitos ou ter sua liberdade restrita. Além disso, os processos são tratados com prioridade no sistema judicial, para que a justiça aconteça o mais rápido possível.
Como denunciar a violência contra a mulher? Ligue 180
O principal canal de denúncia é a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, um serviço gratuito e confidencial, disponível 24 horas por dia, todos os dias da semana. O Ligue 180 presta os seguintes atendimentos:
- Orientação sobre leis, direitos das mulheres e serviços da rede de atendimento (Casa da Mulher Brasileira, Centros de Referências, Delegacias de Atendimento à Mulher (Deam), Defensorias Públicas, Núcleos Integrados de Atendimento às Mulheres, entre outros.;
- Informações sobre a localidade dos serviços especializados da rede de atendimento;
- Registro e encaminhamento de denúncias aos órgãos competentes;
- Registro de reclamações e elogios sobre os atendimentos prestados pelos serviços da rede de atendimento.
Além do telefone, também é possível acionar o canal via chat no Whatsapp (61) 9610-0180. Em casos de emergência, deve ser acionada a Polícia Militar, por meio do 190.
Vale lembrar: a denúncia pode ser feita pela própria vítima ou por qualquer pessoa que presencie ou suspeite de alguma situação de violência. O mais importante é não se calar.
Romper o silêncio salva vidas
O Agosto Lilás é muito mais do que uma campanha. É um chamado à empatia, ao respeito e à responsabilidade coletiva. A violência contra a mulher não é um problema individual, é social. Envolve cultura, educação, relações de poder e, principalmente, silêncio. E é exatamente esse silêncio que precisamos romper.
Se você está vivendo uma situação de violência, saiba que não está sozinha. Existe uma rede de proteção pronta para ajudar. Se você conhece alguém passando por isso, seja uma escuta segura. Incentive essa pessoa a buscar ajuda e mostre que há saída.
Nas Farmácias Associadas, reafirmamos nosso compromisso com essa causa. Acreditamos que conhecimento, acolhimento e atitude são chaves para mudar histórias. Por isso, seguimos compartilhando informações que podem proteger e transformar vidas!
* Com informações do Ministério das Mulheres.
** Confira também aqui no blog o post Mês da Mulher: quais as doenças mais comuns entre a população feminina?.