A reta final para as provas costuma ser um dos períodos mais desafiadores para os estudantes. As horas de estudo se intensificam, o cansaço aumenta e a cobrança, seja interna ou externa, parece nunca dar trégua. Nesse cenário, a ansiedade no vestibular e Enem se torna uma das principais inimigas, interferindo na concentração, no sono e até no desempenho durante as provas.
A verdade é que sentir nervosismo antes de um grande exame é algo natural. O problema começa quando essa ansiedade sai do controle, provocando sintomas físicos e emocionais que atrapalham a rotina e comprometem a saúde mental. Saber identificar os sinais e buscar o equilíbrio entre estudo e descanso é essencial para atravessar essa fase de forma mais leve.
Para auxiliar os estudantes que estão vivendo esse momento, vamos falar aqui sobre como reconhecer os sinais da ansiedade no vestibular e Enem, apresentar estratégias eficazes para controlá-la e mostrar como cuidar da mente pode ser tão importante quanto revisar o conteúdo das matérias.
Por que a ansiedade no vestibular e Enem aumenta antes das provas
O vestibular e o Enem representam muito mais do que apenas uma avaliação. Para muitos jovens, são portas de entrada para a vida adulta, para o curso dos sonhos e para novas oportunidades. Essa carga simbólica gera expectativas altas e, junto com elas, pressão.
De acordo com especialistas, o corpo reage ao estresse de forma semelhante a uma situação de perigo: o coração acelera, o pensamento fica mais agitado e os músculos se contraem.
Essa resposta é natural, mas, quando se prolonga, causa esgotamento físico e mental. Alterações no sono, dores de cabeça e irritabilidade são sinais de que o organismo está sobrecarregado, explica Daniel Reis, coordenador pedagógico de curso pré-vestibular, em entrevista à CNN Brasil.
Planejamento e rotina: grandes aliados contra a ansiedade
Um dos segredos para reduzir a ansiedade está no planejamento realista. De acordo com as dicas selecionadas pela Agência Brasil, organizar um cronograma de estudos adaptado à própria rotina ajuda o estudante a se sentir mais confiante e menos sobrecarregado.
A ideia é dividir o conteúdo em blocos, priorizando as matérias mais difíceis e reservando intervalos para descanso. Pausas curtas entre os estudos melhoram a concentração e evitam o cansaço mental. Da mesma forma, revisar os temas com mais dificuldade e fazer simulados no mesmo formato e tempo do exame ajudam a familiarizar-se com o estilo da prova e a controlar o nervosismo.
Cuidar do corpo é essencial para reduzir a ansiedade no vestibular e Enem
O corpo e a mente estão intimamente ligados. A prática regular de atividade física é uma das melhores ferramentas para aliviar o estresse. Caminhar, dançar, correr ou fazer alongamentos estimula a liberação de endorfina, o hormônio do bem-estar.
Nos dias que antecedem o exame, vale evitar exercícios muito intensos, afinal o corpo cansado pode afetar a concentração. Em vez disso, priorize movimentos leves e relaxantes. “O melhor exercício é aquele que o estudante sente prazer em realizar”, reforça Daniel Reis.
Outro ponto essencial é o sono. Dormir bem ajuda o cérebro a fixar informações e melhora o raciocínio. Estudar até tarde e acumular noites mal dormidas pode ter o efeito contrário, aumentando o cansaço e a irritabilidade.
Alimentação e respiração: uma dupla poderosa
Durante o período de preparação para as provas, manter uma alimentação equilibrada também faz diferença. Evite exageros de café e açúcar, que podem acelerar os batimentos cardíacos e piorar o nervosismo. Prefira refeições leves, com frutas, verduras e proteínas.
Em momentos de tensão, os exercícios de respiração são poderosos aliados. A psicóloga Betina Fonseca, em entrevista à Folha de S.Paulo, ensina a técnica “3-3-6”: inspire pelo nariz contando até três, segure o ar por mais três segundos e expire lentamente pela boca por seis segundos. Esse padrão de respiração ajuda a ativar o sistema nervoso parassimpático, responsável por acalmar o corpo.
Outra estratégia é o método “5-4-3-2-1”, que convida a focar nos sentidos: observar cinco objetos, ouvir quatro sons, sentir três toques, identificar dois cheiros e um sabor. Essa técnica ajuda a trazer a mente de volta ao presente, diminuindo os pensamentos acelerados.

Como o mindfulness e autocompaixão auxiliam nos estudos
Nos últimos anos, práticas de mindfulness, ou atenção plena, vêm ganhando espaço entre os estudantes. Pesquisas da Universidade de Southampton, no Reino Unido, indicam que apenas dez minutos diários dessa técnica já reduzem sintomas de ansiedade e melhoram o bem-estar.
O mindfulness consiste em prestar atenção ao momento presente, de forma consciente e sem julgamentos. Em vez de se preocupar com o que passou ou com o que ainda vai acontecer, o estudante aprende a aceitar seus pensamentos e emoções como parte natural do processo.
Além disso, é importante praticar a autocompaixão. Muitos vestibulandos se cobram em excesso, acreditando que precisam estar sempre no limite da produtividade. Mas reconhecer que há dias mais produtivos e outros nem tanto é essencial.
Conversar e pedir ajuda: atitudes que ajudam a manter a calma
Muitos estudantes tentam lidar com a ansiedade sozinhos, mas conversar sobre o que se sente pode aliviar o peso. Trocar experiências com colegas, professores ou familiares ajuda a colocar os pensamentos em perspectiva.
Se o estresse se tornar intenso, com sintomas como insônia, crises de choro, irritabilidade ou perda de prazer em atividades cotidianas, buscar ajuda profissional é o melhor caminho. Nesse sentido, a terapia oferece um espaço de acolhimento e ensina estratégias para lidar com a pressão de forma mais saudável.
A psicóloga Manoela Ziebell, da PUC-RS, ressalta ainda a importância da orientação profissional. Para muitos jovens, o vestibular não é apenas uma prova, mas também o momento de escolher uma carreira. Esse processo pode gerar insegurança, e o acompanhamento especializado ajuda a alinhar expectativas, habilidades e valores, reduzindo a ansiedade.

Simulados: treine o foco e reduza a ansiedade nas provas
Fazer simulados é uma das práticas mais eficazes para diminuir o medo do desconhecido. Reproduzir as condições do exame, como tempo de duração, tipo de questões e ambiente silencioso, é uma estratégia que ajuda o estudante a ganhar confiança.
Isso acontece porque os simulados preparam não apenas o lado cognitivo, mas também o emocional. Ou seja, o estudante se acostuma com o ritmo da prova e aprende a controlar o tempo e o nervosismo.
Também é importante se organizar nos dias que antecedem o exame: separar documentos, checar o local da prova e evitar imprevistos. Pequenas atitudes como essas evitam o estresse de última hora.
Lazer e descanso também são fundamentais
Pausas e momentos de lazer não são perda de tempo, mas sim parte do processo de aprendizado. Sair com amigos, assistir a um filme ou praticar um hobby ajuda o cérebro a descansar e melhora a retenção de informações.
Reservar um “dia sem culpa” na semana é uma estratégia eficaz para renovar as energias. O equilíbrio entre estudo e descanso é o que garante constância.
Equilíbrio é o segredo para vencer a ansiedade no vestibular e Enem
A ansiedade no vestibular e Enem é uma realidade comum, mas pode ser controlada com atitudes simples e consistentes. Por isso, planejar os estudos, cuidar do corpo, respirar melhor, praticar mindfulness e buscar apoio emocional são passos que fazem toda a diferença.
No fim das contas, o desempenho nas provas não depende apenas do quanto você estudou, mas também de como você se preparou emocionalmente para esse momento. Afinal, a autoconfiança nasce quando você reconhece seu esforço e entende que o resultado não define seu valor.
E você, como lida com a ansiedade no vestibular e Enem? Já testou alguma dessas técnicas? Conte nos comentários e compartilhe sua experiência para ajudar outros estudantes a enfrentarem esse desafio com mais tranquilidade.
* Confira também aqui no blog o post Como reduzir o estresse: veja dicas de como começar o dia com mais calma e bem-estar.
** Com informações da Agência Brasil, CNN Brasil e Folha de S. Paulo.