O que é rosácea e como tratar essa doença de pele que afeta predominantemente mulheres

Você já sentiu seu rosto ficar vermelho repentinamente, como se estivesse queimando? Já notou pequenas espinhas que não melhoram com os tratamentos para acne? Esses podem ser sinais de rosácea, uma doença de pele crônica.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a rosácea acomete entre 1,5% e 10% das populações estudadas, especialmente adultos entre 30 e 50 anos, com predominância em mulheres. 

Além de causar sintomas visíveis, essa condição pode causar desconforto físico, como ardência e sensibilidade, e afetar a autoestima de quem convive com ela. Ou seja, o impacto vai além da pele: muitas pessoas relatam constrangimento e insegurança nos momentos em que as crises se intensificam.

Neste texto, vamos explicar o que é rosácea, por que ela aparece, quais os sintomas e como tratar. Siga a leitura conosco e descubra como conviver com essa doença de forma mais tranquila e com mais qualidade de vida.

O que é rosácea?

A rosácea é uma doença crônica de origem vascular e inflamatória, que atinge principalmente o centro do rosto, em especial as bochechas, nariz, testa e queixo. Ela se manifesta em surtos, com períodos de piora (exacerbações) e melhora (remissões), podendo progredir com o tempo. 

Apesar de ser chamada erroneamente de “acne rosácea”, a condição não tem relação com a acne. Isso porque as causas e os mecanismos envolvidos são completamente diferentes.

Outro ponto importante é que, embora seja mais frequente em mulheres, na população masculina os casos costumam ser mais severos.

Como identificar os sintomas?

A rosácea pode se manifestar de formas diferentes, o que dificulta seu diagnóstico precoce. A pele geralmente apresenta sensibilidade, tende a ficar vermelha com facilidade e pode reagir mal a produtos dermatológicos. Veja os sinais mais comuns:

  • Vermelhidão facial (eritema): inicialmente intermitente, pode se tornar persistente.
  • Flushing: crises de rubor com sensação de calor.
  • Vasinhos aparentes (telangiectasias): pequenos vasos dilatados visíveis na pele.
  • Espinhas e bolinhas (pápulas e pústulas): semelhantes à acne, mas sem cravos.
  • Nódulos e placas: casos mais graves podem formar lesões duras e doloridas.
  • Rinofima: aumento e deformação do nariz, mais frequente em homens.
  • Sintomas oculares: cerca de 50% dos pacientes têm olho seco, blefarite (inflamação nas pálpebras), conjuntivite e até ceratite.

Como é feito o diagnóstico da doença?

O diagnóstico da rosácea é essencialmente clínico, ou seja, feito com base na observação dos sintomas e no histórico do paciente. 

Como os sintomas podem se assemelhar aos de outras condições dermatológicas, como dermatite seborreica, lúpus e acne vulgar, o médico precisa investigar cuidadosamente para evitar confusões. 

Em casos mais complexos ou quando há dúvida no diagnóstico, pode haver indicação de uma biópsia de pele. Esse exame ajuda a excluir outras doenças com manifestações parecidas e garante uma conduta mais precisa no tratamento.

Quais as causas da rosácea?

A origem exata da rosácea ainda é um mistério. Sabe-se que a doença é mais comum em pessoas de pele clara, descendentes de europeus, e é extremamente rara em indivíduos negros. Além disso, os seguintes fatores são apontados como contribuintes:

  • Predisposição genética: cerca de 30% dos pacientes têm histórico familiar.
  • Fatores psicológicos: o estresse é um gatilho frequente.
  • Micro-organismos da pele: um ácaro chamado Demodex folliculorum e uma bactéria associada, Bacillus oleronius, parecem desempenhar papel importante.
  • Danos causados pelo sol: a radiação ultravioleta pode agravar ou até desencadear a condição.
  • Outros fatores agravantes: bebidas alcoólicas, alimentos muito quentes ou condimentados, mudanças bruscas de temperatura e uso de cosméticos inadequados.

Existem outras doenças relacionadas?

Sim, a rosácea pode estar associada a outras condições de saúde, embora muitas dessas ligações ainda estejam em estudo. 

Entre as mais observadas estão a dermatite seborreica, que também causa vermelhidão e descamação na pele, e a enxaqueca, que pode ter relação com processos inflamatórios comuns. 

Da mesma forma, distúrbios gastrointestinais são frequentemente relatados em pessoas com rosácea, levantando a hipótese de que o desequilíbrio intestinal possa influenciar a manifestação da doença.

Também há registros de possíveis vínculos entre a rosácea e doenças neurológicas, como a de Parkinson, embora ainda não exista comprovação definitiva sobre essa relação. 

Essas associações reforçam a ideia de que a rosácea pode refletir desequilíbrios mais amplos no organismo, e não apenas um problema isolado da pele. Por isso, é importante que o acompanhamento médico leve em conta o contexto geral da saúde do paciente.

Como é feito o tratamento?

O tratamento da rosácea, embora não leve à cura definitiva, é bastante eficaz no controle dos sintomas e na melhora da qualidade de vida. O foco está em evitar os fatores que desencadeiam as crises e em adotar cuidados básicos diários, tais como:

  • Utilizar sabonetes específicos para peles sensíveis e secas;
  • Evitar o uso de cosméticos que contenham álcool, bem como ácidos fortes, esfoliantes agressivos e sabonetes abrasivos;
  • Usar sempre maquiagem hipoalergênica;
  • Manter um diário de sintomas para identificar fatores individuais que desencadeiam crises;
  • Evitar exercícios intensos em ambientes quentes;
  • Optar por ambientes com temperatura controlada e sem exposição direta ao sol.
  • Usar diariamente protetor solar com alta proteção UVA e UVB, preferencialmente com textura leve para não irritar a pele;
  • Evitar fatores que podem agravar as crises, como exposição solar intensa, bebidas alcoólicas, comidas apimentadas ou muito quentes, estresse emocional e mudanças bruscas de temperatura.

Quando essas medidas não são suficientes, o dermatologista pode indicar medicamentos tópicos. E nos casos em que a rosácea se apresenta de forma mais inflamada, podem ser prescritos antibióticos orais.

Por fim, tratamentos com laser e luz pulsada também são indicados para tratar vasos dilatados visíveis na pele e, em casos avançados com rinofima (espessamento e deformação do nariz), podem ser consideradas opções como cirurgia, radiofrequência ou dermoabrasão. 

O tratamento deve ser sempre personalizado, de acordo com a gravidade e os sintomas de cada paciente.

A rosácea é um problema sério?

Embora seja benigna e não ofereça risco direto à vida, a rosácea pode impactar a autoestima e a qualidade de vida de forma significativa. Algumas pessoas relatam vergonha, ansiedade social e dificuldades no trabalho ou relacionamentos por conta da aparência da pele.

Por isso, além do tratamento físico, o suporte psicológico também pode ser importante para lidar com os impactos emocionais da condição.

A rosácea não tem cura, mas você pode conviver bem com ela

A rosácea é uma condição comum, mas ainda pouco compreendida. Por outro lado, com acompanhamento médico e mudanças simples no estilo de vida, é possível manter a doença sob controle e ter mais qualidade de vida.

O primeiro passo é sempre buscar o diagnóstico correto com um dermatologista, evitar a automedicação e escolher produtos apropriados para peles sensíveis. Informação de qualidade e carinho com a própria pele fazem toda a diferença nesse processo.

Agora queremos saber de você: como tem sido sua jornada com a rosácea? Você tem alguma dica para lidar melhor com essa condição? Compartilhe sua experiência conosco nos comentários!


* Com informações de BBC News, Hospital Albert Einstein, portal Drauzio Varella e Sociedade Brasileira de Dermatologia.

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