Com o passar dos anos, nosso corpo passa por várias transformações — e os olhos não ficam de fora. Uma das mudanças mais comuns, especialmente a partir dos 40 anos, é a dificuldade de enxergar de perto. Essa condição é conhecida como presbiopia, ou, como muita gente chama, “vista cansada”.
Embora seja uma mudança natural e inevitável, é possível lidar com essa condição de forma tranquila, mantendo o conforto no dia a dia. Neste texto, vamos explicar de forma simples o que é a presbiopia, quais são os sintomas mais comuns, como ela pode ser corrigida e que cuidados ajudam a preservar a saúde dos olhos com o passar dos anos.
Também vamos esclarecer dúvidas frequentes, como a diferença entre presbiopia e hipermetropia, além de mostrar o que pode fazer esse problema aparecer mais cedo. Acompanhe conosco!
O que é a presbiopia?
A presbiopia é uma alteração na visão que torna difícil focar em objetos próximos. Isso acontece porque o cristalino, uma espécie de lente interna do olho, perde elasticidade com a idade.
Quando somos jovens, essa lente é flexível e muda de forma com facilidade, permitindo que a gente enxergue bem tanto de longe quanto de perto. Mas, com o tempo, ela vai ficando mais rígida e perde a capacidade de se ajustar.
Essa perda de flexibilidade afeta a chamada acomodação visual, ou seja, a habilidade dos olhos de mudar o foco rapidamente. Por isso, pessoas com presbiopia geralmente precisam afastar os objetos para conseguir enxergá-los com clareza, algo que começa a incomodar bastante no dia a dia.
Quando os sintomas começam?
Na maioria dos casos, os primeiros sinais da presbiopia surgem por volta dos 40 anos, embora isso possa variar. Em países com maior exposição ao sol, como o Brasil, os sintomas podem aparecer até um pouco antes, devido à ação da radiação ultravioleta, que acelera o envelhecimento do cristalino.
Além disso, quem usa muito a visão de perto no trabalho — como designers, redatores, costureiros ou pessoas que passam muitas horas lendo — pode perceber as mudanças mais cedo. Por outro lado, o problema costuma estabilizar depois dos 60 anos.
Quais os principais sintomas da presbiopia
A presbiopia se manifesta de forma gradual. No começo, pode parecer só um incômodo ao ler mensagens no celular ou livros com letras pequenas. Com o tempo, os sinais ficam mais evidentes. Veja os sintomas mais comuns:
- Dificuldade para enxergar de perto;
- Necessidade de mais luz para leitura;
- Visão embaçada ao tentar focar objetos próximos;
- Dor nos olhos ou ao redor deles após esforço visual;
- Fadiga ocular e dor de cabeça;
- Vermelhidão e lacrimejamento;
- Visão turva em momentos de transição do foco de perto para longe.
É importante lembrar que, embora o nome popular seja “vista cansada”, a presbiopia não é causada pelo cansaço dos olhos, e sim pelo envelhecimento natural da lente ocular.
Quais as causas da presbiopia?
Como vimos, a principal causa da presbiopia é o envelhecimento natural do olho, em especial da elasticidade do cristalino. Esse processo é esperado com a idade e não está ligado a doenças ou maus hábitos. No entanto, há fatores que podem antecipar o surgimento da condição, como:
- Exposição frequente à luz solar sem proteção;
- Uso prolongado de certos medicamentos, como ansiolíticos, antidepressivos e antialérgicos;
- Predisposição genética.
Diferenças entre presbiopia e hipermetropia
É comum confundir presbiopia com hipermetropia, já que ambas dificultam a visão de perto. Mas a origem dos problemas é bem diferente. A hipermetropia está relacionada ao formato do globo ocular e costuma estar presente desde o nascimento. Já a presbiopia aparece com o passar dos anos, devido à perda de elasticidade do cristalino.
Como é feito o diagnóstico da presbiopia
A confirmação da presbiopia é feita por um oftalmologista por meio de exames simples de refração e acuidade visual. Na consulta, o médico verifica o grau de dificuldade para enxergar de perto e pode avaliar a presença de outros problemas visuais associados, como miopia, astigmatismo ou hipermetropia.
Como corrigir a presbiopia
Um equívoco frequente é pensar que a presbiopia pode ser “curada” com exercícios ou medicamentos. Apesar de existirem pesquisas em andamento, não há comprovação científica suficiente para esses métodos substituírem os recursos tradicionais.
Ou seja, a presbiopia não tem cura, mas pode ser corrigida com diferentes recursos, dependendo do estilo de vida e das preferências da pessoa. Veja as principais opções:
Óculos
A forma mais comum e acessível de corrigir a presbiopia é com óculos de leitura. Existem também os óculos multifocais, que corrigem a visão para diferentes distâncias ao mesmo tempo, sendo ideais para quem já tem outros problemas de refração.
Lentes de contato
Para quem prefere não usar óculos, há lentes multifocais ou combinadas (um olho para perto e outro para longe). Elas exigem adaptação, mas podem funcionar bem para muitas pessoas.
Cirurgias
Há procedimentos cirúrgicos para casos específicos, como a substituição do cristalino por uma lente intraocular multifocal e a correção com laser na córnea para ajustar o foco. Entretanto, essas cirurgias devem ser indicadas com cautela.
Em 2022, o Conselho Federal de Medicina reduziu de 60 para 55 anos a idade mínima para certos procedimentos refrativos em pessoas com presbiopia e outras condições visuais. Ainda assim, é essencial avaliar caso a caso com um oftalmologista.
Como prevenir a presbiopia
A presbiopia não pode ser evitada, pois está diretamente ligada ao envelhecimento dos olhos. No entanto, alguns hábitos podem ajudar a manter a saúde visual e retardar o aparecimento dos sintomas:
- Ler sempre em ambientes bem iluminados;
- Evitar esforço visual com letras pequenas por muito tempo;
- Diminuir o tempo de exposição às telas e fazer pausas frequentes;
- Usar óculos escuros com proteção UV ao sair ao sol;
- Manter exames oftalmológicos em dia.
Fazer pausas a cada duas horas diante do computador, piscar com frequência e ajustar o brilho das telas também ajudam a evitar a fadiga ocular.
Quando procurar um oftalmologista?
Ao perceber dificuldade constante para ler ou enxergar de perto, o ideal é marcar uma consulta com o oftalmologista. Afinal, o diagnóstico precoce evita dores de cabeça, desconfortos visuais e melhora bastante a qualidade de vida. E quem já usa óculos também deve fazer revisões periódicas, pois o grau pode mudar com o tempo.
Vale lembrar que a vista cansada faz parte do processo natural de envelhecer. A boa notícia é que existem muitas soluções para lidar com esse desafio visual. Seja com óculos, lentes ou cirurgia, o importante é buscar ajuda profissional e encontrar a alternativa que melhor se encaixa no seu estilo de vida.
Com alguns ajustes no dia a dia e cuidados com a saúde dos olhos, é totalmente possível manter uma boa qualidade visual e continuar aproveitando a leitura, o trabalho e os momentos em frente às telas sem grandes dificuldades.
E você, já sentiu algum desses sintomas que citamos no texto? Tem dúvidas sobre o tema? Deixe seu comentário e compartilhe sua experiência com a gente!
* Confira também aqui no blog o post Você tem cuidado dos seus olhos? Confira 10 dicas sobre saúde ocular.
** Com informações de Biblioteca Virtual em Saúde, Hospital Albert Einstein e UOL.