Treinamento funcional: o que é, quais os benefícios e diferenças em relação à musculação

Você certamente já deve ter ouvido falar em treinamento funcional. Talvez até tenha passado por uma aula animada, com cones, cordas e exercícios cheios de movimento, e se perguntado: o que exatamente tem de tão diferente nesse tipo de treino? A resposta envolve desde o tipo de exercício realizado até o impacto no seu dia a dia.

Ao contrário dos treinos tradicionais, que muitas vezes trabalham músculos de forma isolada, o funcional aposta na integração: o corpo todo se move junto, como acontece nas tarefas diárias. Ele propõe uma abordagem mais dinâmica, desafiadora e até divertida, o que tem atraído muitas pessoas que estavam cansadas das rotinas convencionais das academias.

Neste texto, vamos explicar o que é o treinamento funcional, como ele funciona, quais são seus principais benefícios, a polêmica em torno da hipertrofia e, por fim, a importância de contar com orientação profissional para realizar qualquer atividade física.

O que é treinamento funcional?

O treinamento funcional é uma atividade física baseada em movimentos naturais do corpo humano, como agachar, correr, empurrar, girar e saltar. A ideia é preparar o corpo para se mover melhor em atividades cotidianas, como carregar as compras ou subir uma escada.

Esse tipo de treino trabalha múltiplos grupos musculares ao mesmo tempo e utiliza acessórios como cordas, bolas, cones, elásticos, hastes e até o próprio peso corporal. 

Como o foco está na funcionalidade, ele é adaptável para diferentes níveis de condicionamento físico e objetivos individuais.

Como explica o professor Saulo Batista, em entrevista ao Globo Esporte, a grande vantagem do treino funcional é a possibilidade de unir diferentes habilidades em uma só aula. “Você combina treino aeróbico com equilíbrio, acaba com a monotonia e ainda desenvolve um corpo mais inteligente”, ressalta.

Quais os benefícios do treinamento funcional?

A principal proposta do treino funcional é trabalhar exatamente o que a pessoa precisa melhorar nas atividades cotidianas. Assim, mais do que estética, o treino funcional visa performance e qualidade de vida. 

Uma pesquisa publicada na Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano apontou que esse tipo de treinamento promove um “aprimoramento sinérgico, integrado e equilibrado de diferentes capacidades físicas”.

Ou seja, o treino melhora o desempenho do corpo como um todo, tornando o praticante mais preparado para as exigências do dia a dia. Veja alguns benefícios principais:

  • Melhora da coordenação motora: os exercícios desenvolvem a consciência corporal e a precisão dos movimentos;
  • Aumento da força muscular: com foco em movimentos cotidianos, fortalece de forma equilibrada;
  • Mais equilíbrio e estabilidade: ideal para prevenir quedas e melhorar a postura;
  • Redução do risco de lesões: por fortalecer articulações e músculos estabilizadores;
  • Maior flexibilidade: os movimentos variados aumentam a amplitude articular;
  • Gasto calórico elevado: ideal para quem quer perder peso com dinamismo;
  • Melhora da postura: o fortalecimento do core ajuda a alinhar a coluna e evitar dores.

Treinamento funcional x musculação: qual a diferença?

Uma das principais discussões do universo fitness é se o treinamento funcional pode substituir a musculação, especialmente no que diz respeito à hipertrofia muscular, ou seja, ao aumento do volume dos músculos.

Para o professor Saulo Batista, o funcional é sim capaz de gerar hipertrofia, desde que feito com regularidade e dedicação. Ele destaca que os ganhos acontecem de forma mais harmônica e equilibrada, envolvendo tanto o tronco superior quanto o inferior.

No entanto, outro especialista ouvido pelo Globo Esporte, o professor Cláudio Baiano, pondera que o funcional não é o mais indicado para quem busca volume muscular expressivo. “Você não vai ficar com corpo de fisiculturista fazendo funcional, mas com certeza vai ter força no corpo todo”, disse. Para ele, o ideal seria mesclar as duas práticas, aproveitando os benefícios de ambas.

Que tipos de exercícios são praticados em um treino funcional?

Para quem ainda tem dúvidas sobre como funciona uma aula de funcional, listamos alguns dos exercícios mais comuns no treino e seus efeitos no corpo:

  • Agachamentos: trabalham pernas, glúteos e core;
  • Flexões: fortalecem peitoral, ombros e tríceps;
  • Prancha: ativa os músculos do core e melhora a postura;
  • Burpees: excelente para o condicionamento cardiovascular;
  • Passada (lunges): desenvolve força e equilíbrio;
  • Rotação de tronco com bola: aumenta a mobilidade da coluna;

Esses movimentos podem ser realizados apenas com o peso do corpo ou com a ajuda de equipamentos como kettlebells, bolas medicinais, corda naval, TRX, bosu e caixas de salto (pliométricas). A escolha de cada material depende do objetivo do treino e das orientações do profissional que estiver conduzindo a aula.

Para quem é indicado o treino funcional?

O treinamento funcional é indicado para quem busca uma atividade mais dinâmica, que foge da monotonia dos treinos tradicionais e ainda trabalha o corpo de forma integrada. 

Com foco na funcionalidade dos movimentos, ele se adapta facilmente a diferentes rotinas e objetivos, o que o torna acessível tanto para quem está começando quanto para quem já treina há mais tempo.

Se o objetivo é perder gordura, melhorar a postura, ganhar força, aumentar a flexibilidade ou simplesmente deixar o sedentarismo de lado com uma atividade mais animada, o funcional pode ser uma excelente opção. 

A chave está em alinhar o treino às necessidades individuais e contar com a orientação certa para evoluir com segurança e consistência.

A importância da orientação profissional

Iniciar o treinamento funcional sem o acompanhamento de um profissional qualificado pode colocar sua saúde em risco. Por envolver movimentos complexos e o uso de diferentes grupos musculares ao mesmo tempo, esse tipo de treino exige uma execução correta e bem orientada para evitar sobrecargas, desequilíbrios posturais ou lesões.

Um educador físico capacitado é fundamental para avaliar seu nível de condicionamento, suas limitações e seus objetivos. É ele quem vai montar um plano de treino seguro, adaptado à sua realidade, garantindo a evolução gradual e eficiente. Além disso, poderá corrigir sua postura, indicar os acessórios mais adequados e ajustar os exercícios conforme sua progressão.

Esse cuidado também é indispensável em aulas coletivas, muito comuns no treinamento funcional. Nessas turmas, onde os alunos têm diferentes níveis de preparo físico, é papel do profissional acompanhar de perto cada participante, oferecendo alternativas de execução, evitando comparações e prevenindo erros que possam causar lesões. 

Em resumo, o treino funcional precisa respeitar os limites individuais. Por isso, mais do que seguir uma tendência, treinar com responsabilidade é o primeiro passo para colher todos os benefícios da atividade, combinado?

E então, você acha que o treino funcional pode ser uma boa opção para você? Conta pra gente nos comentários se você já pratica ou tem vontade de experimentar! Compartilhe sua experiência conosco!


* Com informações do Globo Esporte e portal Terra.

** Confira também aqui no blog o post Para que serve o Whey Protein? Entenda o que é e quando tomar o suplemento.

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