Criança com medo de dentista: veja como ajudar os pequenos nas consultas odontológicas

criança com medo de dentista no consultório com profissional

Nas primeiras visitas ao consultório odontológico, é comum a situação da criança com medo de dentista. Afinal, o barulho dos aparelhos, o uso de jalecos e máscaras e a sensação de não saber o que vai acontecer podem gerar ansiedade nos pequenos. Esse medo, muitas vezes, é reforçado por experiências anteriores ou relatos negativos ou exagerados.

Mesmo assim, é fundamental que o cuidado com a saúde bucal comece cedo. Consultas regulares ajudam na prevenção de problemas e criam um hábito positivo que a criança pode levar para a vida adulta. E a boa notícia é que, com paciência, empatia e algumas estratégias simples, esse processo pode ser mais leve para toda a família.

Neste texto, vamos explicar as principais causas do medo e a importância das consultas regulares, além de reunir dicas práticas para tornar essa experiência mais tranquila e acolhedora para crianças e familiares!

Com que idade começar a ir ao dentista?

Antes de entender o que pode deixar a criança com medo de dentista, é essencial saber quando deve começar esse acompanhamento. 

Segundo especialistas, o ideal é que o primeiro contato aconteça logo após o nascimento dos primeiros dentinhos. Esse acompanhamento inicial é uma forma de educar, prevenir doenças e tornar o cuidado bucal parte da rotina da criança, diminuindo as chances de desenvolver ansiedade nas futuras visitas.

Ou seja, quanto mais cedo a criança se familiariza com o ambiente odontológico, maiores são as chances de ela se sentir segura e tranquila nas consultas. Além disso, o odontopediatra pode identificar precocemente possíveis alterações e orientar os responsáveis sobre os cuidados adequados.

Qual a frequência ideal de consultas ao dentista?

A periodicidade das visitas ao dentista varia conforme a idade e as condições da saúde bucal:

  • De 0 a 3 anos: como as mudanças na dentição são rápidas, recomenda-se consultar o odontopediatra a cada 4 meses.
  • A partir dos 3 anos: se a criança não apresenta problemas e tem boa higiene bucal, as visitas podem ocorrer a cada 6 meses, apenas para acompanhamento e prevenção.

Criança com medo de dentista: o que está por trás?

O medo de ir ao dentista pode ter origens diversas. Em alguns casos, ele é construído a partir de experiências passadas negativas, mas em outros, o medo é herdado por meio de relatos de familiares ou mesmo do que a criança vê na televisão.

Dessa forma, os especialistas costumam dividir o medo em dois tipos:

  • Medo subjetivo: é aquele baseado em percepções, histórias contadas por outras pessoas ou situações vistas em filmes, desenhos ou observadas em adultos. A criança imagina que vai sentir dor, mesmo sem nunca ter passado por um atendimento odontológico.
  • Medo objetivo: ocorre quando a criança vivenciou, de fato, uma experiência dolorosa ou traumática em atendimentos anteriores. Nesses casos, o processo para ressignificar essa vivência pode ser mais longo e exige mais paciência e estratégias específicas.

A psicologia infantil aponta ainda que, muitas vezes, o medo vem do desconhecido. A criança sente-se vulnerável, deitada em uma cadeira, com a boca aberta e sem saber o que vai acontecer. Isso pode gerar ansiedade e resistência, especialmente nas primeiras visitas.

Por que é importante procurar um odontopediatra?

O odontopediatra é o dentista especializado no atendimento infantil. Ele está preparado não apenas tecnicamente, mas também emocionalmente, para lidar com os sentimentos dos pequenos durante a consulta. 

Consultórios adaptados para esse público, com brinquedos, decoração colorida e linguagem acessível, contribuem para que a experiência seja menos estressante.

Segundo a especialista Thelma Parada, em entrevista à Revista Pais&Filhos, um espaço que remete ao universo infantil transmite à criança a ideia de que aquele ambiente foi pensado especialmente para ela. Isso ajuda a criar uma sensação de acolhimento, parecida com a que sentimos ao chegar em um lugar familiar ou divertido.

Ainda assim, é importante lembrar que nem todo medo pode ser eliminado apenas com decoração lúdica. A escuta ativa, a empatia e a construção de confiança são peças-chave no processo.

Como agir se a criança tem muito medo de dentista?

Se o medo já estiver instalado, não adianta forçar a criança ou tratá-la com impaciência. Pelo contrário, é necessário acolher o sentimento, tentar entender sua origem e buscar soluções com calma.

Para crianças menores de três anos, que ainda não têm plena compreensão da linguagem, a abordagem precisa ser mais visual e sensorial: músicas, historinhas, brinquedos e até mágica podem ajudar. Já as maiores, que compreendem melhor o que está acontecendo, podem ser envolvidas com explicações mais simples, combinados e jogos.

Evite, sempre, frases como:

  • “Se não escovar os dentes, vai tomar injeção!”
  • “O dentista vai arrancar seu dente e vai doer!”

Essas ameaças criam uma associação direta entre o dentista e a dor, justamente o que se quer evitar. A consulta deve ser apresentada como algo positivo, que faz parte do cuidado com o corpo e da rotina saudável da família.

Dicas práticas para ajudar a criança com medo de dentista a superar esse sentimento

Confira algumas sugestões simples que os pais podem aplicar no dia a dia para tornar as idas ao dentista mais tranquilas:

1) Brinque de dentista em casa: use bonecos ou brinquedos para simular consultas, mostrando de forma divertida como funciona uma visita ao dentista.

2) Escolha um profissional especializado em crianças: procure um odontopediatra com consultório adaptado, ambiente acolhedor e experiência com o público infantil.

3) Evite usar o dentista como ameaça: frases de medo ou punição só reforçam a ideia negativa sobre a consulta.

4) Converse sobre o assunto com naturalidade: explique o que vai acontecer de forma positiva e objetiva. Evite mentir ou esconder informações.

5) Leve a criança às consultas de prevenção, não só quando houver dor: assim, ela aprende que o dentista cuida da saúde e não é alguém que causa sofrimento.

6) Use livros e desenhos que abordem o tema: histórias infantis e animações que mostram personagens indo ao dentista podem ajudar a quebrar barreiras emocionais.

7) Premie o esforço da criança, sem exageros: depois da consulta, um passeio, um adesivo ou um elogio sincero reforçam o comportamento positivo.

8) Seja paciente: algumas crianças precisam de mais tempo para se adaptar: o importante é seguir com empatia, acolhimento e sem pressa.

Quando procurar ajuda psicológica?

Em casos mais graves, quando o medo da criança impede qualquer tipo de atendimento, o odontopediatra pode indicar o acompanhamento com um psicólogo. A terapia ajuda a trabalhar os traumas e desenvolver estratégias para que a criança consiga, aos poucos, encarar o consultório de forma menos ameaçadora.

No entanto, em situações de urgência, quando há dor ou necessidade imediata de tratamento, pode ser necessário utilizar técnicas de estabilização, sedação leve ou outras formas de contenção, sempre com consentimento dos responsáveis e priorizando o bem-estar da criança.

É importante também considerar se existe algum transtorno do neurodesenvolvimento envolvido, como o autismo, que pode impactar diretamente a forma como a criança reage a ambientes novos. Nesses casos, o olhar multiprofissional é essencial.

Como vimos ao longo do texto, o medo do dentista pode surgir por diferentes motivos e ser enfrentado com estratégias que envolvem acolhimento, empatia e preparo adequado. 

Por fim, lembre-se que nada substitui o exemplo dos pais: ao cuidar da própria saúde bucal com naturalidade, eles ajudam a criança a enxergar o consultório como um lugar seguro e necessário.

Você já enfrentou uma situação parecida com uma criança com medo de dentista? Como você lidou? Conta pra gente nos comentários!


* Com informações de Bebe.com.br, Pais&Filhos e Terra.

** Confira também aqui no blog o post Cárie na infância: conheça os cuidados essenciais para proteger a saúde bucal das crianças.

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