Escrever um livro, fazer um mochilão ou virar surfista. Há quem pense que existe uma idade certa, ou digamos mais adequada, para se dedicar a tais atividades. E o post de hoje é justamente para mostrar que a faixa etária já não é empecilho para quase nada.
Conheça as histórias de três pessoas que chegaram na chamada terceira idade repletas de novas ideias e projetos e que, ao que tudo indica, não pretendem se acomodar tão cedo.
NUNCA É TARDE PARA: ESTUDAR
No ano passado, aos 66 anos, Maria Vilani lançou a sua mais recente obra literária. Conhecida por muitos como a mãe do rapper Criolo, a escritora tem uma história que emociona e que prova que não existe uma idade certa para começar algo novo.
A escritora, que não teve condições de concluir seus estudos quando jovem, só retornou à escola aos 39 anos. Na ocasião a então dona de casa foi matricular o filho Criolo e, por sugestão do próprio, resolveu se matricular também. Os dois foram colegas durante três anos e Maria, após concluir o ensino médio, formou-se em Filosofia e Pedagogia.
Hoje Maria Vilani exerce a profissão de professora, já tem quatro livros publicados e fundou um centro de arte em pleno bairro periférico do Grajaú, em São Paulo, onde promove diversas atividades culturais em prol da comunidade. “Tenho 66 anos e moro há mais de quarenta no Grajaú. Percebi que ajudar os outros, dar a eles o apoio que eu não tive, me tornava uma pessoa melhor, mais feliz”, analisa.
NUNCA É TARDE PARA: MOCHILAR
Foi em 2011 que Iracema Genecco completou 60 anos e deu a si mesma o que considera o melhor presente de sua vida: um mochilão pela Europa. Esse foi o pontapé inicial para uma jornada que estava só começando.
Desde então a jornalista tem conhecido diversas cidades pelo mundo e procura sempre viajar para locais onde possa trocar horas de trabalho por hospedagem. Os roteiros e experiências são todos compartilhados no blog que ela mesmo escreve e que pode ser acessado aqui.
Em entrevista ao Uol, Iracema declarou que não tinha muita prática em reservar hotéis e passagens, mas que de início contou com a ajuda de uma das filhas e logo aprendeu a se virar sozinha.
“Costumo dizer que eu aprendi mais sobre mim mesma nesses anos do que sobre os lugares que visitei, porque viajando sozinha para lugares onde não conheço ninguém nem sempre tenho com quem dividir as coisas, e isso me faz me conhecer mais. Esse é o ganho maior que eu acho que tenho”, declara a jornalista.
NUNCA É TARDE PARA: PEGAR UMA ONDA
Aos 84 anos, Affonso Freitas (ou Seu Freitas, como é mais conhecido) é considerado o surfista mais velho em atividade no Brasil. Quem o vê pegando ondas com tanta saúde e disposição nem imagina que o esporte só começou a fazer parte de sua vida quando ele tinha 38 anos.
Seu Freitas conta que o início não foi fácil e que levou meses até conseguir definitivamente surfar, mas que quando conseguiu, foi o início da realização de um sonho. “Quando comecei a surfar, eu era um velho de 38 anos. Agora me sinto um garoto”, disse ele em entrevista ao jornal O Dia.
O surfe mudou radicalmente a vida do então empresário do ramo de móveis que vivia estressado. Affonso mudou-se para o litoral, abriu uma loja de aluguel de pranchas e diz que nunca mais pegou sequer um resfriado. “Convenci muitos coroas a me imitar: 80% dos que deixam pranchas aqui (na loja) têm mais de 50 anos. Eles me veem surfar e pensam: ‘se ele pode, eu posso’, e começam. Saem da água renovados. Não existe idade para mudar de vida”, ensina.