O que é bronquiolite? Veja os principais cuidados com a saúde respiratória dos bebês no inverno

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Durante os meses mais frios do ano, é comum o aumento de doenças respiratórias, especialmente entre crianças pequenas. Uma das infecções mais preocupantes nesse período é a bronquiolite, condição que afeta principalmente bebês com menos de dois anos de idade. 

O Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado no final de abril deste ano, revela que há um crescimento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no país, além do aumento das hospitalizações infantis. De acordo com o levantamento, esse cenário é causado principalmente pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), o principal causador de bronquiolite nos pequenos. 

O fato é que a doença pode evoluir de forma rápida e requer atenção redobrada dos pais e responsáveis. Por isso, neste artigo, vamos explicar o que é bronquiolite, seus sintomas, tratamento e, sobretudo, a importância de fazer a vacina e de tomar outras medidas de prevenção. Siga a leitura conosco e veja como proteger a saúde respiratória dos bebês no inverno!

O que é bronquiolite?

A bronquiolite é uma doença respiratória aguda caracterizada pela inflamação dos bronquíolos, que são as menores vias aéreas dos pulmões. 

Os bronquíolos fazem a ligação entre os brônquios e os alvéolos,  ou seja, com as estruturas onde ocorre a troca de oxigênio com o sangue. Quando essas vias inflamam ou se obstruem, o ar encontra dificuldade para passar, provocando sintomas como chiado no peito, respiração acelerada e dificuldade para respirar.

Essa condição é mais frequente em crianças com menos de dois anos, especialmente nos primeiros meses de vida, quando o sistema imunológico ainda está em desenvolvimento e as vias aéreas são mais estreitas. 

Em muitos casos, a bronquiolite se inicia como um resfriado comum, mas pode evoluir rapidamente para um quadro mais grave.

Principais causas da bronquiolite

A origem da bronquiolite está, quase sempre, em infecções virais. O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é o principal causador da doença e responde por até 80% dos casos. No entanto, outros vírus também podem desencadear a bronquiolite, como:

  • Adenovírus: associado a infecções respiratórias em crianças maiores;
  • Rinovírus: o mesmo responsável pelo resfriado comum;
  • Vírus da influenza (gripe): pode provocar complicações respiratórias;
  • Metapneumovírus humano: outro agente comum em infecções infantis.

Esses vírus se espalham facilmente por contato direto com secreções contaminadas (como espirros e tosse) ou superfícies mal higienizadas.

Sintomas da bronquiolite: como identificar?

Os sinais da doença podem variar de leves a severos. Nos primeiros dias, são semelhantes aos de um resfriado comum, mas tendem a se agravar com o passar do tempo. Os principais sintomas da bronquiolite em bebês incluem:

  • Coriza transparente;
  • Obstrução nasal;
  • Tosse persistente;
  • Febre baixa;
  • Irritabilidade;
  • Dificuldade para mamar;
  • Respiração acelerada e superficial;
  • Chiado no peito (sibilância).

Em casos mais graves, o bebê pode apresentar:

  • Sonolência excessiva;
  • Gemência (som de esforço ao respirar);
  • Arroxeamento dos lábios e extremidades (cianose);
  • Pausas respiratórias.

Ao identificar esses sinais, é fundamental portanto procurar atendimento médico imediato.

Bronquiolite é uma doença grave?

Sim, a bronquiolite pode representar um risco sério para recém-nascidos, bebês e crianças com menos de 2 anos de idade. 

Nesses casos, é essencial buscar orientação médica, já que a doença pode exigir tratamento hospitalar. Entre as possíveis complicações estão a pneumonia, a desidratação e dificuldades respiratórias mais graves.

Formas de diagnóstico

O diagnóstico da bronquiolite é clínico, ou seja, baseado em informações da história do paciente e exame físico. O pediatra ou pneumologista analisa a presença dos sintomas respiratórios, a frequência da respiração e os sinais visíveis de esforço respiratório.

Em algumas situações, especialmente quando há agravamento ou dúvida sobre o agente causador, podem ser solicitados exames como:

  • Oximetria de pulso: para verificar a oxigenação do sangue;
  • Radiografia de tórax: usada em casos graves ou com risco de complicações;
  • Teste de antígenos virais: realizado com secreção nasal para identificar o VSR ou outros vírus.

Esses exames auxiliam na confirmação do quadro e na escolha do melhor manejo clínico.

Quais os principais tratamentos para bebês com bronquiolite?

Não existe um medicamento específico que elimine o vírus causador da bronquiolite. Por se tratar de uma infecção viral, o tratamento é voltado para aliviar os sintomas e garantir o bem-estar da criança. As principais medidas incluem:

  • Hidratação oral: manter o bebê bem hidratado é essencial, principalmente se houver febre ou dificuldade para mamar;
  • Atenção à alimentação: em alguns casos, pode ser necessário adaptar a forma de alimentação para facilitar a deglutição e assim evitar aspiração;
  • Terapia com oxigênio: indicada quando há queda nos níveis de oxigênio;
  • Uso de broncodilatadores: em casos com chiado no peito, o médico pode indicar medicamentos inalatórios para melhorar a passagem de ar;
  • Acompanhamento médico regular: é importante monitorar a evolução dos sintomas, bem como seguir as orientações pediátricas.

Vale lembrar que o uso de antibióticos não é recomendado, exceto em casos com infecção bacteriana associada.

Prevenção: como evitar a bronquiolite?

A melhor forma de proteger os bebês contra a bronquiolite é adotando medidas de prevenção contra vírus respiratórios, principalmente durante o outono e o inverno. Dessa forma, entre os cuidados mais eficazes, destacam-se:

  • Higienização frequente das mãos com água e sabão ou álcool em gel;
  • Evitar contato com pessoas gripadas ou resfriadas, mesmo que os sintomas pareçam leves;
  • Manter ambientes arejados e evitar locais com aglomeração de pessoas;
  • Amamentação materna, que fortalece naturalmente o sistema imunológico do bebê;
  • Evitar exposição à fumaça de cigarro, que agrava quadros respiratórios;
  • Manter a vacinação em dia, principalmente a vacina que previne o vírus causador da bronquiolite.

Novidade: vacina contra o VSR será incorporada ao SUS

Uma importante novidade no combate à bronquiolite é a incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) de dois imunizantes para prevenir doenças causadas pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que pode causar bronquiolite e outras infecções graves em bebês.

O primeiro é o Nirsevimabe, um anticorpo monoclonal indicado para proteger bebês prematuros e crianças de até 2 anos com comorbidades. O segundo é a vacina Abrysvo, aplicada em gestantes, que induz uma resposta imunológica na mãe, garantindo que o recém-nascido receba anticorpos já na gestação.

Estima-se que só a vacina em gestantes seja capaz de evitar cerca de 28 mil internações por ano, protegendo aproximadamente 2 milhões de bebês na fase mais vulnerável. A previsão é que o imunizante esteja disponível gratuitamente na rede pública a partir do segundo semestre de 2025.

Proteção redobrada no inverno: prevenir é o melhor caminho

A bronquiolite é uma doença comum nos primeiros anos de vida, especialmente durante o inverno. Apesar de, na maioria das vezes, se resolver espontaneamente com cuidados básicos, é importante estar atento aos sinais de agravamento e procurar atendimento médico.

Prevenir é sempre a melhor escolha. Dessa forma, pais, cuidadores e profissionais da saúde devem estar informados sobre a doença, suas formas de contágio e tratamento, além da possibilidade de vacinação contra o VSR. 

Afinal, com atenção, higiene adequada e medidas simples de proteção, é possível atravessar a estação fria com mais segurança e saúde para os bebês.

Você já teve alguma experiência com bronquiolite em casa? Já sabia da possibilidade de vacinação? Compartilhe com a gente nos comentários!


* Com informações do Hospital Albert Einstein, Ministério da Saúde e Revista Materlife.

** Confira também aqui no blog o post O que é meningite? Conheça sintomas e a importância da vacinação para prevenir a doença.

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