Com a chegada da primavera, muitas pessoas começam a sofrer com nariz entupido, espirros repetidos e coceira no nariz e nos olhos. Esses sintomas podem ser sinais claros de rinite, uma inflamação muito comum que afeta o revestimento interno do nariz.
Mas o que exatamente é rinite? Por que ela piora em certas épocas do ano? E o que podemos fazer para evitar as crises?
O nariz funciona como um filtro natural do nosso sistema respiratório, protegendo os pulmões contra poeira, poluentes e micro-organismos. Quando partículas irritantes entram em contato com o nariz, o corpo reage inflamando essa região, causando sintomas que podem variar de leve a muito incômodos.
Neste texto, vamos explicar o que é rinite, suas causas, sintomas mais comuns, tipos, tratamento e dicas para evitar as crises, especialmente no período de troca de estação, que é quando ela costuma se agravar.
O que é rinite?
Rinite é uma inflamação da mucosa nasal, que é o tecido que reveste o interior do nariz. Essa inflamação causa sintomas típicos como congestão nasal, coriza, espirros, coceira no nariz e até diminuição do olfato. Ela pode ser causada por diferentes fatores e suas causas podem ser alérgicas ou não alérgicas.
- Rinite alérgica: o corpo reage exageradamente a substâncias que considera estranhas, chamadas alérgenos, como ácaros, poeira, pólen, pelos de animais, fungos e outros.
- Rinite não alérgica: pode ser desencadeada por infecções (vírus, bactérias ou fungos), alterações hormonais, medicamentos e até refluxo gastroesofágico.
- Rinite mista: quando há uma combinação de causas alérgicas e não alérgicas.
Além disso, a rinite pode ser aguda, durando menos de quatro semanas, ou crônica, quando persiste por mais de 12 semanas.
Por que a rinite piora na primavera?
A primavera é uma estação marcada pelo aumento da concentração de pólen no ar, um dos principais alérgenos para quem sofre de rinite alérgica.
Assim, não só essa época do ano favorece o contato com gatilhos como pólen, fungos e ácaros, como também com perfumes e produtos químicos usados em maior quantidade na casa. Isso tudo contribui para a inflamação da mucosa nasal e o surgimento ou agravamento da rinite.
Vale mencionar ainda as variações climáticas, como aumento da umidade e mudança brusca de temperatura, que também podem desencadear os sintomas.
Quais são os sintomas da rinite?
Os sintomas da rinite são bastante característicos e podem variar de intensidade conforme o tipo e a sensibilidade de cada pessoa. Entre os mais comuns, destacam-se:
- Nariz entupido (obstrução nasal);
- Coriza clara e em grande quantidade (nariz escorrendo);
- Espirros repetidos;
- Coceira no nariz, olhos e garganta;
- Diminuição ou perda temporária do olfato e paladar;
- Olhos lacrimejantes e vermelhos;
- Sensação de irritação na garganta;
- Em casos mais graves, pode haver ronco, tosse e até dificuldade para respirar.
Se não tratada adequadamente, a rinite pode provocar complicações como sinusite, broncoespasmo (dificuldade respiratória) e até alterações na postura e crescimento facial em crianças.
Quem está mais propenso a ter rinite?
Alguns fatores aumentam a chance de desenvolver rinite, principalmente a alérgica. Confira quais são eles:
- Histórico familiar: a rinite pode ser hereditária, ou seja, pessoas com familiares que têm alergias têm mais risco.
- Ambientes poluídos ou com muita poeira: a exposição frequente a poluentes e poeira doméstica piora os sintomas.
- Ambientes fechados, quentes e úmidos: esses locais facilitam a proliferação dos ácaros, o principal causador de alergias respiratórias.
- Tabagismo e exposição à fumaça: o cigarro e a fumaça pioram muito a inflamação nasal.
- Mudanças hormonais: fases como gravidez, puberdade, menopausa e distúrbios como hipotireoidismo podem provocar ou agravar a rinite.
- Existência de outras doenças respiratórias: pessoas que já apresentam quadros de asma e bronquite, por exemplo.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da rinite é realizado principalmente pelo médico otorrinolaringologista, que avalia os sintomas e faz um exame físico do nariz. Caso necessário, são realizados testes alérgicos que ajudam a identificar os alérgenos específicos que desencadeiam a reação no paciente.
Como é o tratamento para rinite?
Embora a rinite alérgica não tenha cura, existem formas eficazes de controlar os sintomas e prevenir crises. O tratamento pode incluir:
- Evitar contato com os alérgenos: identificar e afastar as substâncias que provocam a alergia é o primeiro passo.
- Lavagem nasal com soro fisiológico: fundamental para limpar a mucosa, remover secreções e agentes irritantes.
- Medicamentos: antialérgicos, corticoides nasais e, em alguns casos, corticoides sistêmicos ajudam a controlar a inflamação.
- Imunoterapia (vacinas antialérgicas): exposição a doses controladas do alérgeno para diminuir a sensibilidade.
- Medidas ambientais: manter a casa limpa, arejada e livre de poeira, evitar carpetes, tapetes, bichos de pelúcia e objetos que acumulam ácaros.
É muito importante seguir rigorosamente as orientações médicas para usar medicamentos e vacinas, pois o uso incorreto pode piorar a situação.
Dicas para evitar crises de rinite
Para reduzir as crises de rinite, é fundamental adotar cuidados diários que ajudem a minimizar o contato com os agentes que causam a inflamação nasal. Pequenas mudanças na rotina e no ambiente já fazem uma grande diferença para melhorar os sintomas e a qualidade de vida, tais como:
- Usar aspirador com filtro para limpar a casa, evite espanadores e vassouras que espalham poeira;
- Lavar roupas de cama semanalmente e evite acumular roupas guardadas há muito tempo;
- Manter os ambientes ventilados e ensolarados, para diminuir a proliferação dos ácaros;
- Evitar perfumes fortes, produtos de limpeza com cheiro forte, inseticidas e fumaça de cigarro;
- Evitar contato com pelos e penas de animais e manter os pets longe da cama e dos estofados;
- Beber bastante água, especialmente se passar muito tempo em ambientes com ar-condicionado;
- Adotar um estilo de vida saudável, com alimentação balanceada, prática de exercícios e moderação no consumo de álcool;
- Não se automedicar: procure sempre um especialista para o diagnóstico e tratamento adequado.
Relação da rinite com outras doenças respiratórias
A rinite está muito ligada a outras doenças respiratórias, especialmente a asma. Em entrevista ao UOL, Marcio Nakanishi, presidente da Academia Brasileira de Rinologia, explica que a maioria das pessoas com asma também tem sintomas de rinite, o que demonstra dessa forma uma relação próxima entre as duas doenças.
Isso acontece porque tanto a rinite quanto a asma envolvem processos inflamatórios nas vias aéreas, que podem se agravar mutuamente.
Por isso, tratar a rinite adequadamente vai além de aliviar os sintomas no nariz: é uma estratégia importante para prevenir complicações respiratórias e garantir um funcionamento melhor dos pulmões, contribuindo para uma vida mais saudável e confortável. Ignorar a rinite pode facilitar crises asmáticas, bem como piorar o quadro respiratório geral do paciente.
Pequenos cuidados para conviver melhor com a rinite
A rinite é uma doença muito comum e que pode incomodar bastante, mas com cuidados simples e acompanhamento médico, é possível controlar os sintomas e evitar que ela atrapalhe o dia a dia.
Portanto, na troca de estação, principalmente na primavera, fique atento aos gatilhos que podem piorar a inflamação nasal. Se perceber que os sintomas duram mais que cinco dias, atrapalham seu sono, trabalho ou estudos, procure um otorrinolaringologista para avaliação e evite a automedicação para não agravar o problema.
Por fim, lembre-se que manter a casa limpa, evitar alérgenos e seguir as orientações médicas são os melhores caminhos para respirar melhor e curtir essa época do ano com mais qualidade de vida.
Se você já sofre com rinite ou conhece alguém que enfrenta esse problema, conte para nós nos comentários como costuma lidar com os sintomas. Sua experiência pode ajudar outras pessoas a se protegerem melhor!
* Com informações de Biblioteca Virtual em Saúde, Hospital Albert Einstein e UOL.
** Confira também aqui no blog o post Alergia Alimentar: conheça os sintomas e saiba quais são os alimentos que mais causam alergia.