Outubro Rosa é um movimento que colore cidades, empresas e redes sociais de rosa para lembrar a importância da prevenção contínua do câncer de mama. Mas, apesar de toda a visibilidade nesse mês, o cuidado com a saúde não deve ser sazonal. É no dia a dia que atitudes simples e consistentes fazem a diferença!
A prevenção contínua envolve conhecer o próprio corpo, manter hábitos saudáveis e realizar exames no tempo certo. Mais do que um alerta anual, é um compromisso pessoal e constante.
Neste texto, vamos falar sobre o impacto do câncer de mama, por que a prevenção precisa ser o ano todo, quais hábitos ajudam a reduzir o risco e como incluir esse cuidado na sua rotina!
Por que falar de prevenção contínua do câncer de mama?
Dados do Painel Oncologia Brasil, analisados pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), alertam para o crescimento do total de casos de câncer de mama no país: em 2018, foram registrados 40.953 diagnósticos, contra 65.283 em 2023, um aumento de 59% em seis anos.
Apesar dos números expressivos, o diagnóstico precoce aumenta muito as chances de cura, chegando a índices próximos de 95% em estágios iniciais.
O problema é que muitas mulheres ainda deixam os exames para depois ou só pensam no assunto em outubro. Isso acontece por falta de informação, acesso, tempo ou até medo do resultado. A prevenção contínua é justamente o antídoto contra esses fatores: ela transforma o cuidado com a saúde em um hábito, e não em uma tarefa esquecida na agenda.
Prevenir é mais simples do que parece
Grande parte dos casos de câncer de mama não tem causa única definida, mas existem fatores de risco que podemos modificar. O Ministério da Saúde estima que cerca de 17% dos casos poderiam ser evitados com hábitos de vida mais saudáveis.
Isso significa que pequenas mudanças já ajudam a reduzir o risco:
- Praticar atividade física regularmente: 30 minutos por dia, cinco vezes por semana, já fazem diferença.
- Manter uma alimentação equilibrada: priorizando frutas, legumes, verduras e grãos integrais.
- Controlar o peso corporal: o excesso de gordura aumenta a produção de hormônios que estimulam o desenvolvimento de tumores.
- Evitar o consumo de álcool: quanto menos, melhor.
- Amamentar, quando possível: comprovadamente reduz o risco da doença.
Conheça o seu corpo
A prevenção contínua também passa por prestar atenção aos sinais que o corpo dá. Alterações nas mamas nem sempre indicam câncer, mas precisam ser investigadas. É importante ficar atenta a:
- Caroços nas mamas ou nas axilas;
- Mudança na cor ou textura da pele, como aspecto de “casca de laranja”;
- Alterações no formato do mamilo ou saída de secreção espontânea.
O autoexame pode ser um aliado para conhecer as mamas e perceber mudanças, mas não substitui a avaliação médica e os exames de imagem. O recomendado é combiná-lo com consultas periódicas e exames adequados para a sua faixa etária.
Exames que salvam vidas
O exame clínico das mamas é uma avaliação feita por um profissional de saúde, geralmente um médico ou enfermeiro capacitado, que observa e palpa cuidadosamente as mamas e axilas para identificar nódulos, alterações na pele, no mamilo ou secreções. Ele permite detectar sinais suspeitos mesmo antes que a mulher perceba algo sozinha e faz parte da rotina de consultas a partir dos 40 anos.
Já a mamografia, exame de imagem que detecta alterações no tecido mamário, é indicada como forma de rastreamento do câncer. A recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia é realizá-la anualmente a partir dos 40 anos, enquanto o Ministério da Saúde sugere a cada dois anos para mulheres entre 50 e 69 anos.
Para mulheres abaixo dos 40 anos, a mamografia pode ser indicada quando houver histórico familiar, suspeita de síndromes hereditárias ou para complementar o diagnóstico de nódulos palpáveis, conforme orientação médica. Em casos de mamas muito densas, o profissional pode solicitar exames complementares, como o ultrassom, que ajudam a identificar alterações não visíveis na mamografia.
O diagnóstico precoce é fundamental. Afinal, detectar alterações em fases iniciais permite tratamentos mais simples, menos agressivos e com maiores chances de cura. Por isso, não espere sentir dor ou notar mudanças para marcar a consulta: o câncer de mama costuma ser silencioso nos primeiros estágios, e o acompanhamento regular faz toda a diferença.
Prevenção contínua na prática
Falar de hábitos saudáveis pode até parecer fácil, mas como transformar isso em rotina? Aqui vão estratégias simples para aplicar no dia a dia:
Agende seus exames como compromisso fixo
Escolha um mês do ano para fazer o check-up e mantenha essa data. Isso ajuda a não esquecer e a criar um padrão.
Inclua movimento na rotina
Não precisa ser academia. Caminhar, dançar, pedalar ou praticar alongamentos já traz benefícios.
Organize suas refeições
Montar um cardápio semanal evita que alimentos ultraprocessados ocupem espaço na dieta.
Reduza o álcool aos poucos
Se beber com periodicidade, comece cortando em alguns dias e vá diminuindo gradualmente.
Converse com outras mulheres
Falar sobre saúde nas rodas de amigas ou em família ajuda a quebrar tabus e incentiva igualmente todas a se cuidarem.
O papel do SUS na prevenção
O Sistema Único de Saúde oferece mamografia, ultrassonografia e outros exames de diagnóstico gratuitamente, conforme indicação médica. Além disso, unidades de saúde promovem ações educativas e consultas preventivas durante todo o ano, não só em outubro.
Saber que o serviço está disponível e procurar atendimento mesmo fora do período das campanhas é um passo importante para garantir que a prevenção contínua realmente aconteça.
Cuidar de si é uma prioridade
Muitas mulheres dividem atenção entre família, trabalho e outras responsabilidades, mas não podem deixar a própria saúde em segundo plano. Acontece que cuidar de si é essencial para manter qualidade de vida e capacidade de estar presente nas atividades do dia a dia.
A prevenção contínua do câncer de mama não precisa ser complicada ou pesada. Com hábitos saudáveis, acompanhamento médico regular, bem como atenção ao próprio corpo, é possível transformar o cuidado em rotina, tornando-o eficiente e prático.
Informação e ação caminham juntas. Conhecer os fatores de risco, manter hábitos saudáveis e realizar exames no tempo certo aumenta significativamente as chances de detectar qualquer alteração precocemente, quando o tratamento é mais eficaz.
O Outubro Rosa pode servir como um alerta, mas a atenção à saúde deve se manter durante todo o ano. Prevenir, portanto, é sempre melhor do que tratar.
Agora queremos saber? Como você mantém sua rotina de prevenção ao longo do ano? Compartilhe nos comentários suas experiências e inspire outras pessoas na prevenção contínua do câncer de mama!
* Com informações do Instituto Nacional do Câncer e Ministério da Saúde.
** Confira também aqui no blog o post Como prevenir o câncer? Conheça 6 mitos e verdades sobre o tema!.