Os sintomas da arritmia cardíaca muitas vezes passam despercebidos ou são confundidos com ansiedade, estresse ou cansaço. No entanto, sinais como palpitações, tontura e desmaios podem indicar que algo está errado com o ritmo do coração. Saber reconhecer esses sintomas é essencial para buscar ajuda médica a tempo.
De 2019 a 2023, o Brasil registrou mais de 283 mil internações por arritmia cardíaca, sendo que só em 2023 o número de casos aumentou de forma preocupante. Os dados são do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS).
Neste texto, vamos explicar o que é arritmia cardíaca, quais são suas causas, os principais sintomas e os tratamentos disponíveis. Além disso, você vai entender como é feito o diagnóstico e o mais importante: o que pode ser feito para prevenir essa condição que afeta milhares de brasileiros todos os anos.
O que é arritmia cardíaca?
Arritmia é o nome dado às alterações no ritmo dos batimentos do coração.
Em vez de seguir um compasso regular, como um “tic-tac” contínuo, o coração pode bater mais devagar, mais rápido ou de forma irregular. Isso acontece por problemas nos impulsos elétricos que coordenam o funcionamento do órgão.
Embora algumas variações sejam normais em momentos de esforço, sono ou estresse, há casos em que a arritmia indica uma condição de saúde que precisa ser investigada e tratada.
Dependendo da gravidade, pode trazer riscos à saúde, como dificuldade para o coração bombear o sangue corretamente e, em situações mais sérias, até causar morte súbita.
Tipos de arritmia cardíaca
As arritmias são classificadas de acordo com o local de origem no coração. Dessa forma, costumam ser classificadas em:
- Arritmias supraventriculares: são aquelas que se originam nos átrios, que são as partes superiores do coração. Um exemplo bastante comum desse tipo é a fibrilação atrial, em que os batimentos ficam desorganizados e irregulares.
- Arritmias ventriculares: surgem nos ventrículos, que são as câmaras inferiores do coração. Essas costumam ser mais graves, pois afetam diretamente a capacidade de bombeamento do órgão.
- Bradiarritmias: acontecem quando há falhas no sistema de condução do coração, fazendo com que o órgão bata mais devagar do que o normal.
A taquicardia e o risco de morte súbita
Entre os tipos específicos de arritmia ventricular, a taquicardia ventricular é uma das mais perigosas, pois pode causar parada cardíaca. Apesar disso, casos graves de taquicardia são menos comuns e, em geral, ocorrem em pessoas que já tiveram problemas cardíacos.
De qualquer forma, fazer check-ups cardiológicos, principalmente após os 40 anos, é uma das formas mais eficazes de identificar e tratar riscos silenciosos, prevenindo a chamada morte súbita cardíaca.
Sintomas da arritmia cardíaca
Muitos confundem os sintomas da arritmia cardíaca com ansiedade ou estresse, mas é importante prestar atenção a sinais que podem indicar que o coração não está conseguindo bombear sangue de forma eficiente para o corpo. Confira quais são os principais sintomas:
- Palpitações (percepção que o coração está batendo em outro ritmo) que duram segundos ou até dias;
- Tontura e vertigem;
- Queda de pressão;
- Fadiga;
- Falta de ar;
- Desmaios;
- Enjoo ou sensação de fraqueza.
Quais são as possíveis causas da arritmia?
Doenças cardíacas pré-existentes, como infarto ou insuficiência cardíaca, aumentam o risco de arritmia. Além disso, outros fatores podem interferir no funcionamento do coração:
- Hipertensão;
- Diabetes;
- Problemas na tireoide;
- Apneia do sono;
- Uso excessivo de álcool ou cafeína;
- Estresse e ansiedade;
- Tabagismo;
- Obesidade e sedentarismo;
- Histórico familiar de arritmia.
Como é feito o diagnóstico?
Um coração saudável bate entre 60 e 80 vezes por minuto. Se o ritmo estiver muito abaixo ou acima disso com frequência, ou se a pessoa apresentar sintomas como tontura, cansaço e desmaios, é hora de procurar ajuda.
O diagnóstico é feito por um cardiologista, que pode pedir exames como eletrocardiograma, ecocardiograma e testes de esforço. Esses exames ajudam a entender o tipo e a gravidade da arritmia.
Como é o tratamento?
O tratamento depende da causa e do tipo de arritmia. Se o problema estiver ligado a outro fator, como no caso da diabetes, tratar essa situação pode ser suficiente. Quando a arritmia é o foco principal, o médico pode indicar:
- Medicamentos antiarrítmicos para controlar o ritmo;
- Anticoagulantes, no caso da fibrilação atrial, para evitar a formação de coágulos;
- Ablação por cateter, um procedimento minimamente invasivo que cauteriza os pontos responsáveis pela arritmia, com índice de cura superior a 90% em alguns casos;
- Marcapasso, para regular batimentos muito lentos;
- Desfibrilador implantável, em casos com alto risco de parada cardíaca.
Como prevenir arritmia cardíaca?
Apesar da influência genética, é possível reduzir bastante o risco de arritmia a partir da adoção de hábitos saudáveis. Veja algumas medidas importantes:
- Controlar a pressão, o colesterol e a glicose;
- Praticar atividade física regularmente;
- Dormir bem e tratar distúrbios do sono;
- Evitar álcool em excesso e parar de fumar;
- Manter o estresse sob controle;
- Ter uma alimentação rica em potássio, magnésio e cálcio, ou seja, nutrientes que ajudam no funcionamento do coração. Frutas, verduras, legumes e grãos, por exemplo, são boas fontes.
Principais dúvidas sobre arritmia cardíaca
Ansiedade pode causar arritmia?
A ansiedade não costuma causar arritmia diretamente, mas pode acentuar a percepção dos batimentos acelerados ou irregulares. Por outro lado, alguns medicamentos usados para tratar ansiedade e depressão podem interferir na frequência cardíaca.
Por isso, é fundamental contar com acompanhamento médico, tanto para o tratamento emocional quanto para os cuidados com o coração.
Apneia do sono tem relação com arritmia?
Sim. Durante a apneia, a respiração é interrompida por alguns segundos, o que reduz o oxigênio no sangue. Isso pode afetar o ritmo do coração, especialmente durante a noite. Por isso, pessoas com apneia do sono têm maior risco de desenvolver arritmias.
Bebidas e alimentos interferem na arritmia?
Alimentos, de forma geral, não causam arritmia. No entanto, o excesso de cafeína (café, chá preto, energéticos) e o álcool, especialmente em quem já tem predisposição, pode provocar episódios. Em quem tem fibrilação atrial, por exemplo, essas substâncias podem desencadear crises.
Quem tem arritmia pode praticar atividade física?
Na maioria dos casos, sim. Atividades físicas fazem bem para o coração, desde que a arritmia esteja controlada. Alguns tipos genéticos raros de arritmia, no entanto, podem se agravar com esforço intenso. Portanto, é fundamental seguir a orientação médica e fazer exames antes de iniciar treinos mais pesados.
Em resumo, a arritmia cardíaca é uma condição que merece atenção, mas que pode ser controlada com diagnóstico precoce e cuidados adequados.
Sintomas como palpitações, tonturas e desmaios não devem ser ignorados. Manter hábitos saudáveis, fazer exames de rotina e procurar um médico diante de qualquer sinal incomum são atitudes que fazem toda a diferença na saúde do coração.
E você, já conhecia os sintomas da arritmia cardíaca? Tem alguma experiência para compartilhar conosco? Conta pra gente nos comentários!
* Com informações do Hospital Albert Einstein, UOL e Veja Saúde.
** Confira também aqui no blog o post Saúde do coração: confira 5 dicas para prevenir doenças cardiovasculares.