Você sabe o que é lipedema? Conheça a doença que se confunde com obesidade

pessoa com gordura no membro inferior o que é lipedema

O lipedema é uma condição pouco conhecida e que afeta cerca de 12% da população feminina no Brasil. Facilmente confundida com obesidade, a doença se caracteriza pelo acúmulo de gordura nas pernas e braços, acompanhado de dor, inchaço e mudanças na aparência da pele. 

Mesmo com dieta e exercícios, essa gordura não desaparece, causando frustração para quem sofre com o transtorno. Além do impacto estético, o lipedema pode trazer desconforto físico e emocional. Muitas mulheres relatam sensação de peso nas pernas, hematomas frequentes e uma sensibilidade maior ao toque.

Neste texto, vamos explorar os principais sintomas do lipedema, como ele é diagnosticado e quais são as opções de tratamento disponíveis. Afinal, entender a doença é o primeiro passo para buscar apoio e melhorar a qualidade de vida!

O que é lipedema?

O lipedema é uma doença vascular crônica que causa o aumento desproporcional de gordura nas pernas e algumas vezes nos braços. A doença tem causas genéticas e atinge principalmente as mulheres em idade reprodutiva. 

A principal característica do lipedema é o acúmulo de gordura simétrico nos membros. A pele pode apresentar um aspecto de “casca de laranja”, com nódulos parecidos com celulite e uma sensibilidade maior ao toque. Muitas mulheres relatam hematomas frequentes e sensação de peso nas pernas.

Diferente da obesidade, a doença não está diretamente relacionada ao excesso de peso geral. Mulheres com lipedema podem ter cintura fina e manter um estilo de vida saudável, mas continuam apresentando o acúmulo desproporcional de gordura. Essa condição pode piorar em períodos de alteração hormonal, como a puberdade e a gravidez.

O lipedema foi descrito pela primeira vez em 1940 e reconhecido como doença distinta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019, mas só recentemente ganhou mais atenção. Especialmente quando a modelo e influenciadora Yasmin Brunet relatou a sua experiência com o diagnóstico e tratamento da doença.

Quem tem maior risco de desenvolver lipedema?

O lipedema afeta quase exclusivamente as mulheres, sendo responsável por cerca de 99% dos casos. No entanto, nem todas estão predispostas a desenvolver a condição.

Pesquisas indicam que a genética pode ter um papel importante. Muitas mulheres diagnosticadas com lipedema relatam casos semelhantes na família, como em mães, avós ou tias, sugerindo uma tendência hereditária para a doença.

Apesar de as pesquisas ainda serem recentes, a alta prevalência do lipedema em mulheres sugere que os hormônios femininos aceleram sua progressão.

Quais os sintomas do lipedema?

Identificar o lipedema ainda é um desafio, pois muitos médicos não estão familiarizados com a doença. Muitas mulheres passam anos sem um diagnóstico correto, sendo orientadas apenas a perder peso, sem sucesso. Alguns sinais comuns incluem:

  • Gordura acumulada nas pernas e/ou braços, sem afetar a barriga;
  • Pele sensível ao toque e tendência a formar hematomas;
  • Sensação de peso e cansaço nas pernas;
  • Dificuldade em perder essa gordura mesmo com exercícios e dieta.

Como acontece o diagnóstico da doença?

O diagnóstico do lipedema é feito principalmente por avaliação clínica, mas o ultrassom pode ser útil para determinar a gravidade da condição. O ideal é procurar um especialista, como um cirurgião vascular ou um médico especialista em linfologia, para uma avaliação detalhada. 

Como diferenciar o lipedema da obesidade?

Embora possam parecer semelhantes, lipedema e obesidade são condições distintas. Na obesidade, o acúmulo de gordura ocorre de forma generalizada, afetando todo o corpo, incluindo abdome, costas, rosto, braços e pernas.

Já no lipedema, há uma desproporção: a pessoa costuma ter a parte superior do corpo mais magra, enquanto os membros inferiores acumulam gordura de forma excessiva, muitas vezes causando dor e sensibilidade ao toque.

O lipedema pode gerar complicações graves?

Embora o lipedema não represente risco direto à vida, pode causar desconforto, cansaço, hematomas frequentes, inchaço e dores nas pernas. Além disso, o impacto estético afeta a autoestima e pode agravar transtornos psicológicos preexistentes, contribuindo para o aumento de peso e piora da condição.

Com o tempo, o lipedema pode comprometer articulações, dificultando a locomoção e levando à atrofia muscular. Em estágios avançados, a doença pode afetar o sistema linfático e venoso, tornando os sintomas mais intensos e limitando ainda mais a qualidade de vida.

Como é o tratamento do lipedema?

O tratamento do lipedema costuma envolver uma abordagem multidisciplinar. Ele busca aliviar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e evitar a progressão da condição. 

Embora não haja cura definitiva, algumas estratégias podem ajudar no controle da doença. Nesse sentido, algumas opções incluem:

  • Drenagem linfática e fisioterapia: ajudam a reduzir o inchaço e melhorar a circulação;
  • Uso de meias de compressão: auxilia na retenção de líquidos e na sensação de peso nas pernas;
  • Mudanças na alimentação: reduzir o consumo de alimentos que favorecem a inflamação, como açúcar e ultraprocessados, pode amenizar os sintomas;
  • Cirurgia (lipoaspiração especializada): em casos mais avançados, a remoção cirúrgica da gordura pode trazer alívio significativo.

Como prevenir o lipedema?

Por ser uma condição crônica, quem tem predisposição ao lipedema provavelmente desenvolverá alguns sinais da doença. No entanto, é possível evitar a progressão mantendo um peso saudável e praticando atividades físicas regularmente.

Dessa forma, o fortalecimento muscular e a redução da gordura corporal ajudam a melhorar o aspecto das pernas e a impedir que o quadro se agrave. Adotar uma alimentação mais natural, rica em vegetais, frutas e carnes magras, e evitar carboidratos em excesso e ultraprocessados pode reduzir inflamações e o acúmulo de gordura no corpo.

Se você sente que pode ter lipedema ou conhece alguém que sofre com esses sintomas, não ignore os sinais. Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, melhor será a qualidade de vida e o tratamento. Compartilhar informações sobre o tema é essencial para que mais pessoas conheçam a doença e possam buscar ajuda adequada.

Aliás, você já tinha ouvido falar sobre a doença ou sabia o que é lipedema? Compartilhe nos comentários se você já conhecia essa condição ou se tem alguma dúvida sobre o tema!


* Confira também aqui no blog o post Como reduzir a celulite e conviver melhor com ela.

** Com informações da BBC News Brasil, GZH e portal Drauzio Varella.

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